Tuesday, February 12, 2008

A misteriosa Índia de Mumbai

As primeiras idéias que me vinham a cabeça sobre a Índia antes de ir a Mumbai (ex-Bombaim), eram comida apimentada, o Taj Mahal e o Delivery Center da Accenture. E foi também por causa desse último que eu fui parar por lá - eu deveria ter ido para Vancouver fazer um treinamento, mas o visto não veio a tempo e acabei indo para lá para encontrar com minha gerente que iria treinar o time do projeto que trabalha por lá.
Mas quatro dias foram muito pouco. Acho que seria preciso uma encarnação inteira para conhecer toda a riqueza e história daquele país. Porém, deu tempo de ver as bonitas construções do tempo da ocupação inglesa, o povo jogando cricket no parque, um filme de Bolliwood (a maior produtora de filmes do mundo - em volume) sendo filmado em outro e um dos impressionantes Dhobi Ghats (foto - uma enorme lavanderia pública a céu aberto, onde se lava inclusive as roupas dos hotéis) e dar uma volta pelo centro super ocupado da cidade a noite - e sozinho.
Mumbai é uma cidade de proporções estrondosas (em 2050 deve ser a maior cidade do mundo com 41 milhões da habitantes), extremamente caótica (muitos carros velhos, animais, táxi-ticiclos-motorizados, mão inglesa e disputando as esquinas na base da busina), bastante pobre (mesmo para o nosso padrão brasileiro) e mesmo assim (pásmem) segura. Não arriscaria o mesmo passeio noturno em São Paulo...
É, o povo indiano mereceria um capítulo a parte. Sua humildade e simplicidade mesmo em meio à miséria tem raízes na sua religião, predominantemente hindu onde o sistema de castas faz com a resignação seja um valor social, mas sua história recente de resistência pacífica pela independência política também deixou marcas (até na bandeira do país) e um herói de força maior chamado Mahatma Ghandi. Muitas lições a serem aprendidas. Até Mandela teve nele inspiração. Mas parece que nós brasileiros é que nos resignamos demais.